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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Explicação do clipe Yoü and I segundo o LGBR


A seis anos atrás, Lady GaGa iniciou uma caminhada ao lado de seu garoto de Nebraska, Lüc Carl. De lá pra cá, eles se separaram, reataram, brigaram e voltaram; GaGa lançou seu álbum debutante ‘The Fame’ e atingiu o topo das paradas alimentada pelo ódio (ou amor, dá no mesmo) do seu ex-namorado.

Com o lançamento do clipe de ‘Yoü and I’, GaGa canta e reconta sua história através de mensagens de aceitação e mostra o que somos capazes de fazer quando se trata de amor.

Não é difícil entender o clipe depois de ajustada a ordem cronológica (é claro que talvez essa não seja a ordem cronológica correta, pois como GaGa disse, isso é a coisa mais complicada de se entender e só ela poderia afirmar a correta), então, vamos lá.




O clipe começa com GaGa caminhando por uma estrada. Metade-humana, metade-robô, ela arranca farpas do pé, que estão completamente machucados, enquanto curtos flashbacks do que parece ser um laboratório em um celeiro são intercalados. Os flashbacks são interrompidos após o começo da música ao mesmo tempo em que GaGa cai no chão diante de um assustador vendedor de sorvetes.


EXPERIÊNCIA 01
O Frankenstein-GaGa é a criação imperfeita por natureza. Ao longo do vídeo é possível ver o protótipo mal feito tendo constantes maus funcionamentos e curtos-circuitos. Ela é amparada pelo cientista maluco, que fornece fluído e energia, e faz de tudo para manter sua criação viva, mesmo diante do sofrimento dela.

EXPERIÊNCIA 02
O segundo verso da música desponta junto do aparecimento de Yüyi, a sereia. Sereias são criaturas místicas que precisam de água pra sobreviver. Presa em uma banheira, a GaGa metade-humana, metade-peixe sobrevive através de um feixe de luz que corta o celeiro, máquinas que auxiliam sua respiração e pela ajuda de seu cientista amado, que é visto constantemente banhando-a com água.

EXPERIÊNCIA 03
Stefani Germanotta é a terceira experiência. A GaGa morena é vista em incubação numa espécie de câmara, e após sua libertação mostra-se a mais perfeita experiência criada. Alguém mais reparou que no momento de sua misteriosa concepção, aos 4:23 minutos do vídeo, ela cospe uma escama? Isso mostra sua evolução – a substituição de uma experiência para outra ressaltando a ordem cronológica.
Os flashbacks servem pra mostrar que a GaGa do vídeo fez de tudo para ficar com seu grande amor, até mesmo mudar.

A primeira experiência fracassa e torna-se imperfeita.
A segunda experiência, Yüyi, mostra as dificuldades que você pode encontrar quando se apaixona por outra pessoa. Às vezes, no amor, você não consegue fazer dar certo: não importa o que você faça, há sempre uma enorme fronteira entre você e alguém. A surreal cena em que ela é vista fazendo sexo mostra que às vezes há algo mágico dentro de você que acaba fazendo um relacionamento funcionar. Uma sereia por si só não é capaz de manter relações sexuais.
A terceira, e que se mostra mais perfeita, é a que tem maior distanciamento do seu amado. Quanto mais ele tentou mudá-la, mais mágica ela foi se tornando.


EXPERIÊNCIA 04
Outra GaGa, a de cabelos azuis, é vista no celeiro acompanhada de algumas garotas. Ela faz danças típicas de strippers – aos 4:58 minutos é possível ver ela agarrada e se equilibrando em um dos ferros. Assim como sua versão morena, o final do vídeo mostra cenas em que características de sua antiga personalidade são resgatadas: a antiga adolescente de cabelos negros que se aventurava por bares ao lado da amiga Lady Starlight e fazia performances de strippers. É passado e presente colidindo.
De volta ao presente, temos a GaGa metade-humana e metade-robô. Os pés machucados, no começo do vídeo, mostram todo o sofrimento necessário para chegar aqui: literalmente, seus pés sangram porque de fato é uma longa caminhada; e figurativamente, pois afinal, ela sofreu diversas mutações deixando-se mudar pelo seu amado.

Ela se depara com um carrinho de sorvetes, de onde surge um cara assustador. Ele carrega uma boneca e um sorvete nas mãos, e é possível ver no carrinho os dizeres “Follow the Crowd” (SIGA A MULTIDÃO). Aqui, novamente, o presente e o passado se encontram.

Normalmente um carrinho de sorvete é seguido por uma multidão de crianças que querem algo em comum: sorvete. É uma coisa idealizada, utópica e perfeita. Basta imaginar o melhor cenário americano, com crianças bonitas e saudáveis correndo atrás de um carrinho de sorvetes, num bairro bonito, e com um sorveteiro também bonito e saudável. GaGa não quer seguir a multidão: não quer ser comum, nem perfeita. É por isso que ela vê o vendedor de sorvetes de forma assustadora. É essa revelação, e levando em conta todas as mudanças que sofreu ao longo do vídeo para tornar-se perfeita para o seu grande amor, que a faz cair diante dele.


A boneca lembra seu passado e sua infância. Memórias são resgatadas e mostram que algo aconteceu e deixou cicatrizes profundas, sejam elas o fato de ter sofrido bullying, insegurança ou quaisquer que sejam elas.
É aqui que entra o conceito das cenas do milharal. Para encontrar o amor, ela precisa amar cada parte de si mesmo primeiro e perdoar-se pelo que aconteceu, pois afinal, suas feridas tornaram-se parte de sua alma.

Em um vestido simples, maquiagem leve e tocando piano, GaGa é vista em seu jeito mais natural e íntimo de ser. No topo do piano, vemos sua projeção masculina, que fuma e bebe uísque, além de ostentar uma áurea rock n’ roll dos anos 80.


Ele é mais que Jo Calderone, seu alter-ego. É mais que seu amor, como pode se constatar na cena do beijo. É mais que sua projeção e que sua criação semelhante ao criador. Ele é a própria Lady GaGa.
Para encontrar o seu grande amor, você deve amar a si mesmo antes. CADA PARTE DE SI. Basta perceber que a Lady GaGa que faz a longa caminhada carrega com sigo cada lembrança: seus cabelos são loiros, mas também são morenos; suas unhas parecem anzóis, os mesmos que são focados nas cenas finais acima da banheira de Yüyi; ela é apenas metade humana, assim como antes.

Todo o seu sofrimento e suas lembranças a fortaleceram. É por isso que depois de dois anos, ela está de volta, em uma longa caminhada para encontrar seu amor, e mesmo seus pés sangrando não a podem parar. E dessa vez, ela não irá embora sem o seu garoto de Nebraska, eternizando o amor dos dois através da fantasmagórica cena em que ambos casam de branco: nem a morte pode separar um grande amor.

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